segunda-feira, 5 de abril de 2010

A CASA SEM PAREDES


9 carnaubas sustentam a casa sem paredes. E em frente a todo aquele mar não há nada que eu deseje mais. O sol nasce já dentro dela e dentro dela também mora o vento, e o tempo passa lento no seu quintal. O telhado de palha espalha sombra sobre mim, e tudo enfim, no meu pequeno mundo, sobrevive ao seu redor. Coqueiros correm na rua onde ela mora e canoas dormem abraçadas ao seu chão: a casa sem paredes é o coração daquele lugar; é o lar da gente, é o bar dos bêbados e o oratório dos crentes. Tudo vejo de lá: aeronaves, embarçaões, constelações... à noite a casa sem paredes não dorme, como um farol, namora o silêncio observando o negro horizonte e paciente, espera a luz do novo dia. Todo dia é assim na casa sem paredes. Não fosse o sol caminhando sempre em frente arrastando as sombras eu acreditaria que ali o tempo parou para descansar e ficou. Eu, por mim, ficava também...

*

2 comentários:

  1. e eu também, olhando aquele céu, aquele mar. eu ficaria ali também.

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  2. Ezequiel, linda sua poesia! Gosto muito muito. Tem uma cadência muito melodiosa. Vc tem algum livro já publicado?
    Estive algum tempo afastada dos amigos blogueiros e estou voltando. Sinto falta de deitar algumas palavras nessas caixinhas de comentários. Faz bem à alma. Apareça lá!
    bj

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